MESTRADO
EM DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E
CULTURAL
PROCESSO SELETIVO 2014
INSCRIÇÕES
PRORROGADAS ATÉ 30
DE AGOSTO
INSCRIÇÕES
HOMOLOGADAS
SELECIONADOS
PARA SEGUNDA FASE
Programa de
Pós-Graduação em Divulgação
Científica e Cultural
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APROVADOS

Divulgação e cultura
científica
"Há
um conceito bastante difundido de
que cabe à divulgação científica
preencher uma lacuna de informação
que o leigo não tem em relação à
ciência, isto é, que o leigo é,
portanto, analfabeto
cientificamente. Por isso os
norte-americanos chamam essa
atividade de scientific literacy,
que é alfabetização científica,
isto é, tornar, portanto, o leigo
informado das questões da ciência.
A partir de surveys e enquetes
sobre essa questão, notaram que
também nos Estados Unidos o
percentual da população que tinha
informação sobre muitas questões,
eventos ou fatos científicos era
relativamente pequeno. Esse
déficit de informação - teoria do
déficit - orientou durante muito
tempo as atividades de divulgação.
O que cabia à divulgação
científica? Cabia suprir o déficit
de informação da população leiga
em relação à ciência. Portanto,
considerava-se como pressuposto
que a população leiga era
ignorante do ponto de vista
científico e era preciso então
levar a ela o conhecimento.
Com o
decorrer das atividades em vários
países, na Inglaterra, na França,
na Europa de modo geral, e com o
reflexo disso em países como o
Brasil, essa teoria do déficit foi
sendo substituída por uma visão
mais democrática do papel da
divulgação científica. Nessa
visão, não cabe à divulgação
científica apenas levar a
informação, mas também atuar de
modo a produzir as condições de
formação crítica do cidadão em
relação à ciência. Não só cabe à
divulgação a aquisição de
conhecimento e informação, mas a
produção de uma reflexão relativa
ao papel da ciência, sua função na
sociedade, as tomadas de decisão
correlatas, fomentos, aos apoios
da ciência, seu próprio destino,
suas prioridades e assim por
diante. Isso vai além da atitude
inicial, na qual o cientista era o
sábio, o cidadão era o ignorante e
o jornalista científico ou
divulgador da ciência era o
construtor da ponte entre essas
figuras, de maneira a suprir o tal
déficit de informação. Essa visão
foi sendo enriquecida. E, na
Inglaterra, desenvolveu-se o que
se chama public understanding of
science, que é diferente do
scientific literacy, do ponto de
vista americano e, em seguida, um
conceito que é ligado ao primeiro,
mas um pouco diferente, que é o
public awareness of science. Um é
o entendimento público de ciência,
e o outro é a consciência pública
da ciência. Nesses casos, o que
está sendo enfatizado não é só a
aquisição da informação, a
possibilidade de acesso à
informação, mas a formação do
cidadão no sentido em que ele
possa ter opiniões e uma visão
crítica de todo o processo
envolvido na produção do
conhecimento científico com sua
circulação e assim por diante.
Esse é um conceito relacionado à
cultura científica que modifica os
modos de se fazer e pensar a
própria divulgação".
Entrevista
com Carlos Vogt publicada na
edição 100 da Revista ComCiência
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e leia a entrevista na íntegra
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