Galeria de Imagens (Aqui)
O Labjor desenvolve atividades de pós-graduação, pesquisa, extensão,
treinamento e consultoria. Seus objetivos são: formar competências nas
áreas de jornalismo científico e de crítica da mídia; fornecer
estímulo, recursos humanos e instrumental para o acompanhamento das
mudanças na mídia impressa e eletrônica; estabelecer intercâmbio entre
a universidade e empresa; identificar problemas, propondo soluções para
o campo do jornalismo; estudar e discutir a questão do jornalismo
científico e divulgação científica; democratizar o conhecimento
científico; discutir criticamente a política científica do país;
contribuir para a divulgação da produção científica das áreas
periféricas; reduzir a distância entre os criadores do conhecimento e a
opinião pública; estabelecer a relação da produção científica com a
vida cotidiana e as suas relações com a sociedade de um modo geral;
conscientizar os cientistas para a divulgação de sua produção;
contribuir para uma reflexão crítica sobre a ciência produzida no país.
O Labjor foi criado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
em 1994, como órgão integrante da estrutura do Núcleo de
Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri). Os idealizadores do
laboratório foram o professor Carlos Vogt, o professor José Marques de
Melo e o jornalista Alberto Dines. Era objetivo criar um centro de
pesquisa e acompanhamento crítico da mídia. O Labjor foi apresentado
publicamente à sociedade em abril de 1994, por meio do
seminário-fundador A imprensa em questão, quando se fez amplo
diagnóstico dos desafios enfrentados pela mídia jornalística no
panorama contemporâneo das transformações socioculturais,
político-econômicas e científico-tecnológicas. Esse evento forneceu a
pauta das iniciativas pioneiras e teve seus debates registrados em
livro que a Editora da Unicamp publicou, com o mesmo título do evento,
em 1997.
No final do primeiro ano de trabalho,
consolidou-se a primeira parceria internacional: o Labjor e o
Observatório da Imprensa de Lisboa uniram-se com o apoio da revista Imprensa e dos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores, bem como de um pool
de entidades empresariais e sindicais, capitaneadas pela ANJ -
Associação Nacional de Jornais, e pela Fenaj - Federação Nacional de
Jornalistas, para promover no Rio de Janeiro o II Congresso
Internacional do Jornalismo de Língua Portuguesa. O encontro aglutinou
cerca de 200 jornalistas dos 7 países de língua oficial portuguesa -
Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal
- além de representante do governo-no-exílio de Timor Leste e membros
da corporação jornalística nas comunidades de imigração
luso-afro-brasileira residentes no Japão, Canadá e USA.
No ano de 1995 foram realizados os primeiros convênios e parcerias,
como com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São
Paulo, com a University of Columbia, a IBM e as empresas Folha de S.
Paulo e Editora Abril, para a realização de seminários, conferências e
workshops. Por meio de um convênio interinstitucional - Fundação
Cinemateca Brasileira, Cinemateca do Museu de Arte do Rio de Janeiro,
British Film Institute, Instituto Goethe, Folha de S. Paulo e Editora
da Unicamp - o Labjor associou-se às comemorações do centenário de
nascimento da indústria cinematográfica, realizando em São Paulo e no
Rio de Janeiro a mostra Jornalismo no Cinema. Ainda nesse ano
o Labjor associou-se também ao Instituto de Estudos da Linguagem da
Unicamp para desenvolver em Campinas um projeto sui generis
de pós-graduação. O curso sob o título "Em busca do outro", destinou-se
a sistematizar o diálogo entre o jornalismo e três disciplinas
acadêmicas: linguística, literatura e história, tecendo conexões entre
gêneros transdisciplinares: biografia, memória e diálogo.
Em 1995, o Labjor intensificou suas atividades de extensão, promovendo
o I Encontro de Editores de Revistas Técnicas em Educação Física e
Esportes. Ofereceu também a disciplina "Em busca do outro: jornalismo,
linguagem, história e literatura", no Instituto de Estudos da Linguagem
da Unicamp.
Em 1996, o Labjor realizou seu
primeiro curso de extensão, em nível de pós-graduação. O Curso de
Especialização em Jornalismo Esportivo teve a duração de um ano e foi
oferecido em cooperação com o Departamento de Ciências do Esporte da
Faculdade de Educação Física. Ainda como parte de suas atividades
didáticas, foram oferecidos cursos de aperfeiçoamento para
profissionais do jornalismo, como o Seminário Intensivo de Atualização
para Jornalistas, realizado em Porto Alegre (na Associação Riograndense
de Imprensa) e em Ribeirão Preto (na Universidade de Ribeirão Preto).
O curso de jornalismo científico
O Curso de Pós-Graduação lato sensu em Jornalismo
Científico é oferecido pelo Labjor desde 1999, em parceria com o
Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), do Instituto
de Geociências, e com o Departamento de Multimeios (DMM), do Instituto
de Artes, ambos da Unicamp. O curso é gratuito, tem duração de três
semestres e se destina à formação de jornalistas científicos,
divulgadores de ciência e assessores de comunicação de universidades e
centros de pesquisa. O objetivo do curso é capacitar jornalistas
profissionais e cientistas para a divulgação científica, com a intenção
de tornar público o debate sobre C&T e reduzir a distância entre o
conhecimento científico e o cotidiano das pessoas. Para o cientista é
uma oportunidade de obter uma formação voltada à divulgação de
pesquisas, que os cursos de graduação não contemplam. Para o
jornalista, o curso pode contribuir para uma melhor compreensão do
processo de produção da ciência, bem como da política científica
nacional. Da primeira turma, em 1999, com 145 inscritos e 30 vagas, o
curso continua com processo seletivo realizado a cada dois anos,
mantendo uma média de 200 inscrições para 40 vagas, preenchidas por
alunos oriundos de diferentes áreas e com diferentes níveis de
formação, com baixíssima taxa de desistência.
Divulgação Científica
A consolidação do jornalismo científico como área do conhecimento
requer o desenvolvimento de veículos de divulgação científica de
qualidade e que possam ir além do território da academia, visando, não
só à informação, mas à formação de um público que possa opinar sobre questões que
surgem com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no país. As
revistas impressas e eletrônicas como as revistas ComCiência, da SBPC e do Labjor e Ciência e Cultura,
da SBPC, produzida pelo Labjor, cumprem um papel fundamental nessa
tarefa, além de serem oficinas de trabalho para os alunos do curso de
especialização.
Revista ComCiência
A revista ComCiência,
publicação eletrônica, mensal, traz reportagens, artigos e notícias, na
forma de textos originais, sobre ciência e tecnologia, estruturados em
hipertextos que incluem recursos multimídia, como fotos e links com
sites de interesse, e que permitem uma leitura interativa do conteúdo.
A revista é produzida pelo Labjor desde agosto de 1999, graças aos
recursos financeiros provenientes do Pronex/CNPq e ao apoio da Fapesp,
por meio do Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico. Desde julho de 2000, conta também com a parceria da SBPC -
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
A ComCiência é
voltada, sobretudo, a estudantes universitários e de ensino médio,
embora possa interessar a um público mais amplo, já que as reportagens
não pressupõem leitores especializados. A revista aborda todo mês um
tema específico, com reportagens e artigos relacionados ao assunto, e os números anteriores continuam no ar. Os artigos são escritos por
especialistas no tema abordado, de diferentes instituições de ensino e
pesquisa. As reportagens são produzidas pela equipe fixa da revista e
conta com um corpo de colaboradores, majoritariamente alunos do curso
de jornalismo científico e bolsistas do programa Mídia Ciência.
A revista possui ainda uma seção de notícias, atualizada diariamente;
resenhas de livros; seção de entrevistas. Destaca-se, ainda, a seção de humor, do
cartunista João Garcia.
A opção pelo formato
eletrônico preenche, por um lado, condições estruturais da revista,
pelo baixo custo de produção e possibilidade de trabalho a distância.
Por outro lado, possibilita um estudo detalhado dos leitores, incluindo
acompanhamento dos "percursos de leitura", estatísticas de consulta,
pesquisas de opinião e elaboração de perfis (idade, escolaridade, renda
etc), o que dá um feedback sobre o trabalho e permite reformulações e
pesquisas.
A ComCiência começou recebendo 158.092 visitantes em 2001.
Revista Ciência & Cultura
A revista Ciência & Cultura
(versão eletrônica com a metodologia SciELO), da SBPC, tem produção
editorial do Labjor, com apoio do CNPq. A proposta da revista, assim
como na ComCiência, é fazer com que ciência e tecnologia
deixem, por um lado, de ser tratadas como assunto exclusivo dos
especialistas de determinado campo, envolto em linguagem cifrada para
qualquer leitor fora dele e, por outro lado, sejam retiradas do campo
das meras curiosidades, algo sensacional, a que determinadas
publicações as relegam. Ciência e tecnologia ganham, nessa prática, a
dimensão das práticas sociais que efetivamente são, com os impactos que
produzem sobre o conhecimento, sobre a economia e sobre a transformação
social. E que, por isso mesmo, devem se mostrar para o conjunto da
sociedade brasileira e não somente para pequenos círculos de
especialistas.
A revista tem como público-alvo
principal os estudantes de pós-graduação de todo o país, distribuídos
por todas as áreas do conhecimento. Trata-se de um público estratégico
na medida em que se quer provocar uma reflexão continuada e consistente
sobre os grandes temas da ciência e da cultura contemporâneas.
Entendido como a futura elite cultural do país, esse público, mais que
qualquer outro, terá a capacidade de influenciar nos próximos anos as
decisões políticas e as visões da sociedade brasileira a respeito do
desenvolvimento científico-tecnológico e socioeconômico nacional.
O segundo público-alvo da revista é o conjunto de pesquisadores já
formados e em atuação nas universidades, instituições de pesquisa e
empresas. Em relação a estes, a revista Ciência & Cultura pode
certamente funcionar como um catalisador do processo de inserção ativa
da comunidade científica nos debates fundamentais sobre as políticas
destinadas a assegurar o efetivo desenvolvimento do país.
Revista Conhecimento & Inovação
A revista foi lançada em 2005 com o título Inovação Uniemp em
parceria com o Instituto Uniemp - Fórum Permanente Universidade
Empresa, focando temas científicos e tecnológicos da atualidade,
articulados com os processos de inovação, e destacando-se por
apresentar informações importantes na área de inovação, como questões
legais e novidades em patentes, licenciamentos, agenda de eventos,
consultorias técnicas, novas regulamentações de comércio em geral. Uma
das propostas da revista foi a elaboração do Índice Brasil de Inovação,
com metodologia desenvolvida por pesquisadores do Instituto de
Geociências da Unicamp, vinculados ao conselho editorial da revista.
A partir de 2008 passou a ser produzida em parceria com o Instituto
Inovação, a Associação Nacional para a Pesquisa e o Desenvolvimento das
Empresas Inovadoras (Anpei) e o Fórum Nacional de Gestores de Inovação
e Transferência de Tecnologia (Fortec), tendo como principais objetivos
promover o debate dos temas científicos e tecnológicos da atualidade,
articulados com os processos de inovação, atraindo a atenção de
empresários, pesquisadores e estudantes, para uma reflexão continuada e
sistemática sobre tais temas e seu impacto no desenvolvimento econômico
e social do país.
Patrimônio - revista eletrônica do Iphan
Publicada no endereço http://www.revista.iphan.gov.br, a Patrimônio,
dedicada às questões da memória e da cultura, material e imaterial, foi
publicada em formato eletrônico, em parceria com o Iphan, com o
objetivo de aproximar pesquisadores e o numeroso público que se interessa por ciência e cultura. O público-alvo da
revista é bastante amplo, englobando desde estudantes de segundo grau
até acadêmicos das ciências humanas e de outras áreas.
A revista, que foi produzida de 2005 a 2007, contou com as seções de
reportagens, artigos, entrevistas, memória e fototeca, além de notícias
e agenda de eventos relacionados.
Pesquisas e projetos diversos
Desde a sua criação, o Labjor desenvolve pesquisas ligadas à área de
comunicação, divulgação científica e de comportamento da mídia, como:
- Quando a ciência é notícia
- Inventariando a divulgação científica nos periódicos especializados
- Conhecimento sobre Jornalismo Científico: Análise das tendências evidenciadas pela literatura acadêmica brasileira
- Mapeamento da m ídia brasileira: Aspectos e tendências do Jornalismo Científico
Em dezembro de 2001 foi lançado, pela Editora Pontes, o livro Produção e circulação do conhecimento - Estado, mídia e sociedade- Vol.I,
reunindo uma série de artigos sobre a divulgação científica,
resultantes de experiências e de pesquisas efetuadas pelos
pesquisadores do Labjor e do Labeurb, dentro do projeto Núcleo de
Jornalismo Científico/Pronex/CNPq. Em 2003 foi lançado o segundo
volume. O livro é uma referência para pessoas interessadas em conhecer
o que produz em jornalismo científico no Brasil.
A “Nova
Missão de Pesquisas Folclóricas” é outro projeto de grande importância
cultural e foi desenvolvido junto ao Labjor desde outubro de 1999
com auxílio da Fapesp. Este projeto foi estruturado sobre a missão
organizada por Mário de Andrade, em 1938, para a coleta e registro, no
Norte e Nordeste, de manifestações culturais, que acabaram por
constituir elementos-chave no descobrimento artístico do país, em
particular da música. Numa primeira fase, os pesquisadores
refizeram o roteiro da viagem de 1938, registrando as manifestações
folclóricas anteriormente documentadas pela missão de Mário de Andrade,
trabalho esse que se transformou em um vídeo já exibido pela TV Cultura
de São Paulo. Na segunda fase, em 2000, os pesquisadores realizaram
nova viagem com coleta de outros materiais com cantadores e dançadores.
Durante o ano de 2001 foi dada organização científica a tudo que foi
recolhido e efetuadas comparações com o material coletado pela
expedição de Mário de Andrade.
O projeto
resultou num filme que recebeu o Prêmio Estímulo da Secretaria de
Cultura do Estado de São Paulo. Como se trata de material muito rico,
deverão alimentar novos produtos culturais que, sem dúvida, poderão
contribuir significativamente para o estudo e compreensão da identidade
cultural brasileira e dos processos dinâmicos de suas transformações.
Na área de produção televisiva, o Labjor produziu o programa Brasil Pensa, de debates de temas de ciência e tecnologia, entre 1994 e 2001; o Ponto de Ebulição, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e veiculado pelo Canal Futura de 2002 a 2006; e elaborou roteiros para o programa Globo Ciência,
veiculado pela Rede Globo, em 2003. Todos com o objetivo principal de identificar a produção científica nacional, situando-a
no cenário internacional, mostrando a importância do desenvolvimento
científico e tecnológico para o progresso econômico do país, visando,
também, ao estabelecimento de uma ponte entre o conhecimento produzido pela
comunidade acadêmica e a sociedade, mostrando a importância do
conhecimento no desenvolvimento social, despertando interesses de
jovens estudantes e pesquisadores e trazendo informação qualificada
para a população em geral. Ainda em 2003, o Labjor produziu os 18
capítulos que compõem o livro Prêmio Jovem Cientista – Histórias da Pesquisa no Brasil.
Outra importante atividade de divulgação científica e acompanhamento da mídia, o Observatório da Imprensa é apoiado pelo Labjor desde 1996. Trata-se de um projeto de media watching,
que tem como finalidade construir um espaço público destinado a reunir
os críticos de jornalismo e representantes da sociedade, para
acompanhamento e monitoramento dos meios de comunicação.
Outro projeto do Labjor, o “Memória Roda Viva”, teve início em abril de 2007, com objetivo principal de construir um portal a partir do acervo acumulado pelo programa Roda Viva
da TV Cultura, com a disponibilização na internet, na íntegra, de todas
as entrevistas feitas pelo programa em seus 20 anos, bem como aquelas
que serão realizadas no futuro, permitindo que pesquisadores,
estudantes e o público em geral acessem seu conteúdo no formato texto.
O Labjor, após receber as entrevistas, digitalizadas e transcritas pela
TV Cultura, procede à edição e revisão, com acréscimo de referências,
verbetes e pequenos trechos de vídeo. O material é, então, colocado no
site em formato que permite pesquisas ao mesmo tempo em que documenta
um período da história contemporânea. O acréscimo de referências e
verbetes objetiva fazer uma contextualização histórica da entrevista
publicada, bem como passar ao leitor informações mais aprofundadas
sobre escolas de pensamento, abordagens teóricas etc, dando ao material
uma riqueza peculiar e promovendo maior compreensão de épocas,
contextos ou situações. O projeto tem apoio da Fapesp e parceria com o
Núcleo de Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp.
O projeto “Construção do conceito de espaço do conhecimento na
Ibero-americana”, em parceria com a Organização dos Estados
Ibero-americanos (OEI), pretende expandir os estudos sobre a cultura
científica e a democratização do conhecimento em toda ibero-américa. A
parceria resultou na realização do I Foro Iberoamericano de Comunicação
e Divulgação Científica, na Unicamp em 11/2009 e o Foro de Cultura
Ciência & Tecnologia, no Paraguai, nos dias 10 e 11/02/2010.
Percepção Pública da Ciência
As
pesquisas sobre percepção pública da ciência tiveram início em 2003, a
partir de um convite feito pela Rede Ibero-americana de Indicadores de
Ciência e Tecnologia (Ricyt/Cyted) e da Organização dos Estados
Ibero-Americanos (OEI), para que o Labjor participasse como
representante brasileiro de uma pesquisa que tinha como objetivos, de
modo geral, contribuir para promover o desenvolvimento dos temas de
percepção pública, cultura científica e participação cidadã como
elementos importantes para a tomada de decisões nas políticas públicas
de ciência e tecnologia dos países ibero-americanos.
Iniciaram-se
então reuniões das quais participaram representantes de vários países,
entre eles Brasil, Argentina, Espanha, Panamá, Cuba, México e Uruguai.
O primeiro trabalho no âmbito dessa proposta foi a aplicação de uma
enquete sobre percepção pública da ciência, aplicada no Brasil,
Espanha, Argentina e Uruguai. Entre os objetivos do grupo há o de
desenvolver uma metodologia comum para construir indicadores de cultura
científica.
Como resultado dessa primeira enquete realizada, foi publicado o livro Percepção Pública da Ciência: Resultados da pesquisa na Argentina, Brasil, Espanha e Uruguai,
lançado em 2003 pela Editora da Unicamp, com apoio da Fapesp. A
pesquisa foi ampliada para os municípios de Ribeirão Preto e São Paulo,
obtendo-se uma ampliação da amostra que resultou em um capítulo do
livro Indicadores de C,T e I de São Paulo, da Fapesp, lançado
em 2005. Em 2007 realizou-se uma segunda pesquisa sobre o tema, com
ampliação do número de países participantes – Colômbia, Argentina,
Venezuela, Espanha, Panamá, Chile e Brasil. Novamente, o Labjor ampliou
a pesquisa realizada na cidade de São Paulo, para todo o estado, com
vistas a ter uma maior representatividade sobre a percepção pública da
ciência no estado, para novamente incluir um capítulo no livro da
Fapesp sobre indicadores de C,T&I.
O tema
percepção pública e cultura científica, assim como a parceria com a
Rede Ibero-americana de Indicadores de Ciência e Tecnologia
(Ricyt/Cyted), tem levado o grupo a desenvolver outros projetos na
área, como o que avaliou a percepção pública de alunos do ensino médio.
O interesse nesse campo levou o Labjor a criar, em 2010, o grupo de
estudos Cultura Científica, aprovado pelo CNPq.
Sapo – Scientific Automatic Press Observer
Outro projeto relacionado ao tema da cultura científica realizado pelo
Labjor é o Sapo – Scientific Automatic
Press Observer, que faz coleta, seleção, organização e mensuração da
ciência, tecnologia e inovação na mídia por meio de software desenvolvido pelo Labjor e pelas empresas Solis e Olpa, com apoio da Fapesp. O
projeto gerou um banco de dados com mais de 900 mil matérias e desenvolveu 4
indicadores para mensurar a presença da ciência na mídia. O Sapo revela-se um
instrumento bastante valioso para a reflexão e a pesquisa sobre o quanto e como
os temas de ciência, tecnologia e inovação aparecem na mídia online. O
desenvolvimento do sistema foi descrito no capítulo 23 do livro The culture
of science: how does the public relate to science across the globe? (Routledge Studies in Science,
Technology and Society), editado por Martin Bauer, Rajesh Shukla, e Nick Allum. O
sistema sofreu ajustes e reformulações, entrando em uma nova fase de
desenvolvimento, e seus novos resultados foram apresentados em conferência
realizada em Londres (Textmining Conference 2011), em 06/2011, na London School
of Economics and Political Science.
Biotecnologias de rua
Os projetos “Biotecnologias de rua” (CNPq – Edital Popularização da
Ciência, 2007-2009), “Num dado momento: biotecnologias e culturas em
jogo” (Preac-Unicamp, 2008-2009), “Um lance de dados: jogar poemar por
entre bios/tecnos e logias” (Proext-MEC/MinC, 2008-2009) e o
recém-aprovado “Escritas, imagens e ciência em ritmos de fabulação: o
que pode a divulg-ação científica?” (Edital Universal – MCT/CNPq Nº
14/2009, 2010-2012), realizados conjuntamente com a Faculdade de
Educação (FE) da Unicamp e a Universidade Estadual de Santa Cruz
(Uesc), exploram a interface entre arte e ciência e criam artefatos de
divulgacão das biotecnologias (mostras de cinema, curtas-metragens,
blogs, programas de rádio, jogos, vídeos, peças teatrais etc),
problematizando a temática com as variadas linguagens e permitindo o
estudo das potencialidades de imagens, sons e palavras na divulgação
científica e cultural.
Índice Brasil de Inovação (IBI)
O Índice Brasil de Inovação (IBI) é um projeto desenvolvido por
pesquisadores do Departamento de Política Científica e Tecnológica
(DPCT/IG) da Unicamp, a partir de uma iniciativa da editoria da revista
Conhecimento & Inovação, antes chamada Inovação Uniemp.
O trabalho, que teve início em 2005, desenvolveu uma metodologia
para mensurar inovação empresarial considerando os esforços e os
resultados das atividades inovativas. A primeira edição do IBI trouxe
um ranking de empresas inovadoras do setor de transformação do país,
com base na Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec/IBGE)
de 2003. A segunda edição foi baseada na Pintec 2005. O projeto
garantiu o envolvimento de pesquisadores ligados ao Labjor, no que
tange à organização e divulgação do mesmo. Além da divulgação do
projeto na revista, foram geradas publicações científicas e
participação em eventos científicos. O IBI foi apresentado pela
primeira vez para o público, em um workshop realizado em São Paulo, em
outubro de 2005, com a participação dos pesquisadores responsáveis pelo
projeto e de executivos de empresas inovadoras. Em 2007 os resultados
foram apresentados no Congresso Ibero-americano de Indicadores de
Ciência e Tecnologia, promovido pela Rede Ibero-americana de
Indicadores de Ciência e Tecnologia (RYCIT) e pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), culminando com a premiação
das empresas consideradas, a partir do IBI, as mais inovadoras.
Mestrado
Aprovado pelo Conselho Universitário da Unicamp, em 28/11/2006, após
a aprovação da Capes, o curso de Mestrado em Divulgação Científica e
Cultural (MDCC) passou a ser desenvolvido pelo Labjor, pelo
Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto
de Geociências (IG) e pelo Departamento de Multimeios (DMM) do
Instituto de Artes (IA). O objetivo do MDCC é formar e capacitar
pesquisadores que tenham um conhecimento teórico mais profundo sobre as
questões atuais da divulgação e do jornalismo científico, aliado a uma
visão global sobre o sistema de ciência e tecnologia e difusão
cultural. A interação das disciplinas oferecidas pelo MDCC prevê uma
formação que permita tanto a reflexão crítica sobre as principais
realizações da ciência, da tecnologia e da cultura na atual sociedade,
quanto a respeito do modo como a mídia de massa ou especializada vem
atuando para divulgá-las. Pretende-se que as linhas de pesquisa
focalizem a análise da produção cultural e da divulgação científica e
do jornalismo científico e cultural nos mais diversos veículos de
informação, tais como, mídia impressa, radiofônica, televisiva e
eletrônica, com destaque para linhas como história da ciência e da
técnica e sociologia da ciência, bem como em outros espaços de
divulgação da ciência e cultura, como museus, fóruns e eventos.
Parcerias internacionais
As parcerias internacionais do Labjor ganharam força a partir de 2003,
pela aproximação do laboratório com a Rede Ibero-americana de
Indicadores de Ciência e Tecnologia (Ricyt/Cyted) e da Organização dos
Estados Ibero-Americanos (OEI), parceria que tem estimulado a
consecução de projetos e eventos que, além de contarem com a
possibilidade de obter comparabilidade entre os países pertencentes a
esses Estados, garantem uma maior visibilidade do laboratório no
exterior e a participação dos pesquisadores em eventos científicos
internacionais. O Labjor também mantém um convênio com a Scuola
Internazionale Superiori de Studi Avanzati (Sissa), de Trieste, Itália,
desde 2002, com o objetivo de promover intercâmbio de pesquisadores e
colaboração na revista científica JCOM – Journal of Science Communication.
Conclusão
Os
trabalhos realizados com diferentes entidades internas e externas à
Unicamp, como se vê nas publicações e cursos, bem como em parceria com
instituições estrangeiras, é possível em parte pela diversidade de
formação do conjunto de pesquisadores, que trazem em seus currículos
graduação e pós-graduação em comunicação social, educação, física,
ciências sociais, biologia, linguística e política científica e
tecnológica. Em comum todos contam com a formação em jornalismo
científico, concluída no próprio Labjor. As diferentes visões sobre os
mesmos temas têm sido um importante diferencial para os projetos do
Labjor, sejam atividades de pesquisa ou de extensão.
Sem perder as características assumidas desde a sua criação, em 1994,
com grande foco no jornalismo científico, o Labjor avançou também em
atividades de pesquisa, extensão e interação com o público externo. O
objetivo do laboratório é reforçar as linhas de pesquisa já existentes,
contando com a participação cada vez mais intensa dos alunos e de
parcerias com outras unidades da própria Unicamp e com outras
instituições nacionais e internacionais, seguindo o caminho da
excelência já alcançada e que persiste como meta.